ontem o passado me atormentou, passado em todos os sentidos, o passado novo e o passado velho. ambos me atormentaram deixando-me extremamente necessitada de um cigarro, um trago não só bastava, tinha que ser um cigarro inteiro mas, considerando-me uma pessoa controlada, não fumei, tive oportunidades, mas não fumei.
mas meu outro vicio não pude controlar. ontem briguei, chorei, dramatizei, impliquei, implorei como tinha prometido a mim mesma que nunca mais iria fazer. mas ontem fiz. me desgastou mais ainda, me entristeceu, me embreagou.
como, meu deus do ceu, evitar que o passado apareça? como, meu deus do ceu, perdoar e esquecer? (um assunto que, by the way, já fora abortado aqui antes) como, meu deus do ceu, livrar-me desse vicio?
porque consegui eu, controlar um vicio quimico e não de um vicio...emocional? porque é tão dificil para a minha pessoa controlar-me em "não passar na cara de pessoas coisas do passado"? e foi "facil" para a minha pessoa recusar um cigarro, o objeto que contem substancias quimicas viciantes, as quais eu não uso há um belissimo tempo? esse assunto é cheio de aspas, de exceções.
isso me lembra a questão do esforço. será que é isso que me falta, esforço? sera que não estou querendo o suficiente, dando o suficiente de mim? pois, quando me vi não conseguindo subir um lance de escadas sem estar colocando os pulmoes para fora, percebi que tinha que parar, que para mim, cigarro bastava. coloquei um ponto nesse fardo agora, para não carrega-lo futuramente. fiz esforços, dei tudo que eu podia. e será que no meu outro fardo, no meu outro vicio, me falta esforço, me falta força de vontade, me falta coragem, me falta querer e me sobra medo? excesso e ausencias, sempre lado a lado.
mas como nos podemos medir nossos esforços? esse assunto tambem é cheio de perguntas e é ausente de respostas.
"um vício vai muito além de um hábito, na medida em que é, na realidade, um mecanismo de defesa com o qual criamos um relacionamento." ironico, não?
quando será que um relacionamento pode ser considerado um vicio? quando queremos sair mas não temos coragem, quando nos tornamos dependentes e quando essa dependencia não consegue nos fazer feliz, satisfeitos? perguntas fiz. retoricas, porém.
a verdade é que eu vivo, eu respiro um vicio. um vicio que não tem quimioterapia que dê jeito, me sufoca, empodrece meu coração, enfraquece minhas articulações.
será o meu vicio é um relacionamente ou o meu relacionamento é um vicio? essa não é retorica...
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