segunda-feira, 27 de outubro de 2008

e continua o teu sorriso no meu peito

sabe aqueles dias em que você, finalmente cria coragem, não aquela coragem que você tanto almeja, mas a coragem de querer, que aquilo que você não quer, dê certo? quando você tem coragem de lutar contra sua propria vontade e simplesmente pensar no "bem maior". pois é, sabado, para mim, foi um desses dias, dias de ligeira epifania. eu tirei aquele chaveiro como quem joga fora um anel de noivado. eu estava realmente tentando, estava sendo destemida, não estava mais me prendendo por algumas bobagemzinhas que me lembrasse o passado. passado que antes era o novo e o passado de antes e o novo pra mim agora. que ironia. que ironia chamar de velho o que eu tanto denominava de novo antes.
enfim, eu me soltei, me soltei como as argolinhas prateadas do chaveiro se soltaram da minha chave. foi um momento triste, momento rápido, ligeramente inpensado, momento de despedida, despedida que eu deveria ter feito meses atras. eu odeio despedidas, mas adoro aeroporto. nós adoramos aeroporto. mas é passado, foi passageiro, paixão passageira, amor de verão, de férias. fico repetindo isso para ver se eu acredito, pois, para mim não importa o tempo, o quando e o porque, toda historia de amor, de paixão, por menor que seja, por mais longa que seja, é bonita, é importante, marca. ai! como marca.
"não quero que viremos estranhos" foi o que ele quis dizer hoje. para acabar com minha "soltura" (se é que essa palavra existe). mesmo sendo uma frase tipo "vamos virar amigos", que, alias, é muito chata de se escutar, essa frase me trouxe o chaveiro de volta, não fisicamente pois não quero pendura-lo novamente, mesmo possuindo um sentimento estranho de estar o traindo, não quero. para mim é retrocesso. raramente cometo retrocesso, acho estupidez, então não o penduro. mas eu não sei porque isso me prende. "não quero que viremos estranhos, te conhecer foi maravilhoso, lembre de ti quando ouvi "asa partida" é algum tipo de tortura? eu adoro e odeio asa partida, tambem me lembra dele.
eu respondi. respondi longas respostas, falando que nós nunca seremos estranhos, que se ele precisar eu não sou nenhuma estranha e nunca vou ser. respondi dizendo que agora tava tudo muito confuso, que agora era agora e eu não estava 100%, não quis dar esperanças, juro, só quis dizer o que muito, em vários momentos, me calava e ainda me cala, aquilo que travava minha garganta e ainda trava e me fechava e ainda me fecha, aquilo me deixava pensativa. e ainda me deixa. repondi que agora para mim era dificil pois, só sermos amigos, doía. respondi que gostava muito dele. e agora durmo arrependida e presa, presa àquele chaveiro. chaveiro que implora, toda vez o que o vejo, voltar para a sua chave.
covardia! não o prendo por covardia. pois só o prendo de novo quando não for retrocesso, quando criar coragem, se criar coragem. esse "se" que tanto me tortura.
e hoje eu passo a noite ouvindo a quarta música, do primeiro disco do cd duplo, ao vivo, do fagner, asa partida.

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