comprei um livro há uma semana em inglês, com letrinhas miudinhas, com o intenção de passar meses me entrertendo só e somente com ele. e nessa madrugada insône resolvi começar a lê-lo. sou bom em inglês, mas admido que ando meio enferrujada, ainda mais com o linguajar britanico, então na primeira pequena linha, fiquei em dúvida em uma palavra, então fui buscar o meu dicionário pocket da Oxford. abri o armáriozinho de velhos livros academicos de uma curso de faculdade já não existente, de agendas antigas, de livros não tão interessantes (não-dignos ao espaço pequeno da minha estante, se que pode chamar de estante, de livros) e encontrei envelopes marrons e alguns papéis daquelas entregas de revelações de fotos. abri. já não lembrava o que havia lá dentro. encontrei fotos antigas com dedicatórias no verso, de uma amor antigo, de um amor forte, sofrido. encontrei cartas de amor, pequenos objetos que me faziam lembrar, um cd, alguns bilhetinhos, um convite do aniversário da sobrinha dele (direcionada à mim, e não "Fulano e Lara", foi à mim), encontrei um business card de um restaurante que fomos no dia dos namorados, enfim encontrei lembranças lindas de uma época linda.
hoje em dia, essa época passou. já não dói mais. o que dói, na verdade, é o medo de nunca achar um amor assim. com fotos, cartões, fámilia, bilhetes, cds. e o que dói mais (sim, tem mais dor) é de encontrar, amar, sofrer e perder. a parte de sofrer já não me assusta tanto porque eu sei que passa. se uma coisas que os poetas estão/estavam errados é que de amor não se morre.
eu quero essa paixão com direto a cartas de amor, a humilhações, a pedidos de "pelo amor de deus, não me deixe!", a coração partido, sofrido. com direito à milhares de idas e vindas, reconciliações e o dia depois da briga, onde tá tudo bem, tudo parace um pouco mais novo.
desde do Fulano que não sinto isso. minto. senti, tive idas e vindas, coração dilacerado, mas já passou, já vi que não era aquele que valia a pena sofrer mais que o necessario.
e agora? cadê a paixão? cansei de seguir ditado de mãe: goste de quem gosta mais de você. não deu certo. por um momento pensei que fosse feita pra isso, mas não. talvez daqui à alguns anos, quando o sofrimento e essa paixão calorosa e cansativa não me caiba mais. quando a dose disso tudo já esteja no ponto. talvez isso aconteça quando se tem filhos, que suprem todo o cansado e o coração partido. quando eles forem a nossa verdadeira paixão.
mas essa (ainda) não sou eu. e volto a pergunta, e agora? procuro? deixo levar? ou fico com esse vazio em meio de relacionamentos mal sucedidos por falta de paixão, de atrito, de tesão?
acho que em meio dessas alternativas, acho que uma eu posso escolher (por enquanto).
eu vou me deixa levar.
acho que pela a primeira vez, eu vou deixar me levar.
quero sofrer por amor.
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