segunda-feira, 9 de maio de 2011

a espera

tá, já sofri por amor. e eu não quero mais. nem foi um amor grande, mas já sofri decepções e vi que quem diz na vida que quer sofrer por alguma coisa só pode ser doido. me contradigo.
mas continuo na espera... espera gigante e vazia essa. espera de ir à festas e quando chegar lá a unica coisa que você espera é ir embora. ai você bebe. ai eu bebo. e melhora. acho aquelas pessoas chatas, puxa-saco uma pouquinho mais interessantes e me pego até fazendo amizades em rodinhas de fumates. aquelas amizades (se é que se pode falar em amizade) de uma noite, de cerveja, companhia no whisky, no cigarro, aquela pessoa que te faz ver que você nem está tão perdida quanto pensa. que lhe tira um pouquinho da velha culpa de uma boa sexta-feira à noite.
voltando para a parte que bebo. bebo e melhora. depois bebo mais e no outro dia nem me lembro. ai me pego agora passando noites bêbadas me lembrando só da primeira meia-horinha.
até que vale a pena pois, ao passar do dia depois, lhe acontece um pouco de flash do seu figado tentando resgatar o que restava um pouco da sua dignidade, e como nunca fui me envergonhar das coisas que faço, acho graça. pronto. isso é o que vale a pena. ou valia... porque tem esse vazio que não vai embora. nem com a bebida, nem com as risadas, nem com as amizades ridículas de rodinha na área dos fumantes.
mas e aí, o que que a gente faz?
continua nessa vida incansável de solteira nova ainda meio que adolescente perdida até perder o incansável da coisa e tudo se tornar... banal?
quando a saidinha de sexta à noite, com a bebidinha de sexta à noite, com o garotinho de sexta à noite me cansar? será que depois disso eu tento colocar minha cabeça no lugar e consigo (finalmente) aprender um pouco mais com a vida e aproveitar a minha própria companhia?
fico pensando nas pessoas que já passaram por essa fase, já sentiram isso tudo. por que, acredite, provavelmente o que você está passando milhões de meninas chorosas já passaram também. e não se engane quando for dizer que o seu caso é diferente, porque NÃO É. sim, o meu namorado também me traiu. sim, o meu namorado também de deixou por uma mais gostosa. sim, eu tenho daddy issues (e isso se resume a maioria dos problemas que as mulheres podem ter). sim, eu já terminei namoro e já me arrependi. já voltei atrás, já recebi não, já vi fulando ficando com aquela piranha que você odeia, e depois naquela noite me vi dormindo nos braços dele, como uma boa masoquista, que toda mulher sabe ser. enfim, é tudo sempre igual, só a dor que é diferente em cada pessoa. eu, por exemplo, pensei que de amor a gente morria, mas aprendi que não, mas que tem gente que morre. acho até bonito, burro mas toda burrice tem sua beleza. gosto de pensar assim. e pensando assim a gente não se acaba de culpa.
então espero a espera passar. espero que essa fase chata de esperar demais de tudo e de todos, passe. espero que eu (finalmente) chegue pra matar minha própria espera. entende?
mas nessa minha espera lá vou eu, nas saidinhas de sexta à noite com as bebidinhas e os garotinhos, só para matar o tesão. vou nos meus encontros arranjados esperando, com esperança que lá esteja alguém que me mate essa espera. que eu não tenha que me acostumar comigo mesma, mesmo sabendo que isso é o certo, se acostumar consigo mesmo. esperando esperar que meu telefone toque e aquele frio suba na espinha. por que os que fizeram isso comigo já foram embora por vontade própria ou aqueles que, ate hoje, tento expulsar, contra a minha própria vontade, sabendo que naquele mar não dá peixe.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

after all this time...

comprei um livro há uma semana em inglês, com letrinhas miudinhas, com o intenção de passar meses me entrertendo só e somente com ele. e nessa madrugada insône resolvi começar a lê-lo. sou bom em inglês, mas admido que ando meio enferrujada, ainda mais com o linguajar britanico, então na primeira pequena linha, fiquei em dúvida em uma palavra, então fui buscar o meu dicionário pocket da Oxford. abri o armáriozinho de velhos livros academicos de uma curso de faculdade já não existente, de agendas antigas, de livros não tão interessantes (não-dignos ao espaço pequeno da minha estante, se que pode chamar de estante, de livros) e encontrei envelopes marrons e alguns papéis daquelas entregas de revelações de fotos. abri. já não lembrava o que havia lá dentro. encontrei fotos antigas com dedicatórias no verso, de uma amor antigo, de um amor forte, sofrido. encontrei cartas de amor, pequenos objetos que me faziam lembrar, um cd, alguns bilhetinhos, um convite do aniversário da sobrinha dele (direcionada à mim, e não "Fulano e Lara", foi à mim), encontrei um business card de um restaurante que fomos no dia dos namorados, enfim encontrei lembranças lindas de uma época linda.
hoje em dia, essa época passou. já não dói mais. o que dói, na verdade, é o medo de nunca achar um amor assim. com fotos, cartões, fámilia, bilhetes, cds. e o que dói mais (sim, tem mais dor) é de encontrar, amar, sofrer e perder. a parte de sofrer já não me assusta tanto porque eu sei que passa. se uma coisas que os poetas estão/estavam errados é que de amor não se morre.
eu quero essa paixão com direto a cartas de amor, a humilhações, a pedidos de "pelo amor de deus, não me deixe!", a coração partido, sofrido. com direito à milhares de idas e vindas, reconciliações e o dia depois da briga, onde tá tudo bem, tudo parace um pouco mais novo.

desde do Fulano que não sinto isso. minto. senti, tive idas e vindas, coração dilacerado, mas já passou, já vi que não era aquele que valia a pena sofrer mais que o necessario.
e agora? cadê a paixão? cansei de seguir ditado de mãe: goste de quem gosta mais de você. não deu certo. por um momento pensei que fosse feita pra isso, mas não. talvez daqui à alguns anos, quando o sofrimento e essa paixão calorosa e cansativa não me caiba mais. quando a dose disso tudo já esteja no ponto. talvez isso aconteça quando se tem filhos, que suprem todo o cansado e o coração partido. quando eles forem a nossa verdadeira paixão.

mas essa (ainda) não sou eu. e volto a pergunta, e agora? procuro? deixo levar? ou fico com esse vazio em meio de relacionamentos mal sucedidos por falta de paixão, de atrito, de tesão?

acho que em meio dessas alternativas, acho que uma eu posso escolher (por enquanto).
eu vou me deixa levar.

acho que pela a primeira vez, eu vou deixar me levar.

quero sofrer por amor.