mas continuo na espera... espera gigante e vazia essa. espera de ir à festas e quando chegar lá a unica coisa que você espera é ir embora. ai você bebe. ai eu bebo. e melhora. acho aquelas pessoas chatas, puxa-saco uma pouquinho mais interessantes e me pego até fazendo amizades em rodinhas de fumates. aquelas amizades (se é que se pode falar em amizade) de uma noite, de cerveja, companhia no whisky, no cigarro, aquela pessoa que te faz ver que você nem está tão perdida quanto pensa. que lhe tira um pouquinho da velha culpa de uma boa sexta-feira à noite.
voltando para a parte que bebo. bebo e melhora. depois bebo mais e no outro dia nem me lembro. ai me pego agora passando noites bêbadas me lembrando só da primeira meia-horinha.
até que vale a pena pois, ao passar do dia depois, lhe acontece um pouco de flash do seu figado tentando resgatar o que restava um pouco da sua dignidade, e como nunca fui me envergonhar das coisas que faço, acho graça. pronto. isso é o que vale a pena. ou valia... porque tem esse vazio que não vai embora. nem com a bebida, nem com as risadas, nem com as amizades ridículas de rodinha na área dos fumantes.
mas e aí, o que que a gente faz?
continua nessa vida incansável de solteira nova ainda meio que adolescente perdida até perder o incansável da coisa e tudo se tornar... banal?
quando a saidinha de sexta à noite, com a bebidinha de sexta à noite, com o garotinho de sexta à noite me cansar? será que depois disso eu tento colocar minha cabeça no lugar e consigo (finalmente) aprender um pouco mais com a vida e aproveitar a minha própria companhia?
fico pensando nas pessoas que já passaram por essa fase, já sentiram isso tudo. por que, acredite, provavelmente o que você está passando milhões de meninas chorosas já passaram também. e não se engane quando for dizer que o seu caso é diferente, porque NÃO É. sim, o meu namorado também me traiu. sim, o meu namorado também de deixou por uma mais gostosa. sim, eu tenho daddy issues (e isso se resume a maioria dos problemas que as mulheres podem ter). sim, eu já terminei namoro e já me arrependi. já voltei atrás, já recebi não, já vi fulando ficando com aquela piranha que você odeia, e depois naquela noite me vi dormindo nos braços dele, como uma boa masoquista, que toda mulher sabe ser. enfim, é tudo sempre igual, só a dor que é diferente em cada pessoa. eu, por exemplo, pensei que de amor a gente morria, mas aprendi que não, mas que tem gente que morre. acho até bonito, burro mas toda burrice tem sua beleza. gosto de pensar assim. e pensando assim a gente não se acaba de culpa.
então espero a espera passar. espero que essa fase chata de esperar demais de tudo e de todos, passe. espero que eu (finalmente) chegue pra matar minha própria espera. entende?
mas nessa minha espera lá vou eu, nas saidinhas de sexta à noite com as bebidinhas e os garotinhos, só para matar o tesão. vou nos meus encontros arranjados esperando, com esperança que lá esteja alguém que me mate essa espera. que eu não tenha que me acostumar comigo mesma, mesmo sabendo que isso é o certo, se acostumar consigo mesmo. esperando esperar que meu telefone toque e aquele frio suba na espinha. por que os que fizeram isso comigo já foram embora por vontade própria ou aqueles que, ate hoje, tento expulsar, contra a minha própria vontade, sabendo que naquele mar não dá peixe.